O Oscar fechou a bem-sucedida e inusitada trajetória de "Argo", um
filme que em janeiro tinha sido riscado da competição principal após
não conseguir a indicação a diretor para Ben Affleck
- vencedor de praticamente todas as demais premiações de Hollywood.
Desde o início da cerimônia, a Academia se esforçou para "corrigir" o
que tinha feito. "Eles sabem que erraram feio", disse o apresentador
Seth MacFarlane
sobre a esnobada a Affleck, que mais tarde chamou de "multitalentoso".
Affleck estava muito feliz ao aceitar o prêmio de melhor
filme ao lado dos coprodutores Grant Heslov e George Clooney. Falando de
modo acelerado, ele disse que quando ganhou seu primeiro Oscar (pelo
roteiro de "Gênio Indomável", em 1998), "era uma criança que não sabia o
que estava fazendo". "Nunca pensei que ia voltar", afirmou. "Mas aqui
estou."
Vitórias (e empate)
Nas demais categorias, a principal surpresa foi o amor da Academia por "Django Livre"
. Considerado um concorrente menor, o filme levou melhor roteiro original para Quentin Tarantino e ator coadjuvante para Christoph Waltz
, que bateu os favoritos Tommy Lee Jones ( "Lincoln"
) e Robert De Niro ( "O Lado Bom da Vida"
). O austríaco, que ganhou o mesmo prêmio há três anos por "Bastardos
Inglórios", também de Tarantino, chamou o diretor de "herói".
Um dos resultados mais interessantes da noite foi o da
categoria edição de som, que deu empate - apenas a sexta vez em que isso
aconteceu nos 85 anos do Oscar. O prêmio foi dividido por Per Hallberg e
Karen Baker Landers, de "007 - Operação Skyfall"
, e Paul N.J. Ottosson, de "A Hora Mais Escura"
, única vitória do longa sobre a caça a Osama bin Laden que em certo
momento chegou a ser favorito à estatueta principal. Michael Haneke
levou melhor filme estrangeiro
por "Amor"
e "Valente"
bateu "Detona Ralph"
na categoria animação.
Algumas barbadas se confirmaram, entre elas o prêmio para Daniel Day-Lewis, de "Lincoln", que se tornou o único a vencer três vezes na categoria melhor ator
. Aplaudido de pé, ele fez o discurso mais elegante da noite, brincando
com a apresentadora Meryl Streep, fazendo um bonito agradecimento à
mulher, Rebecca Miller, e dedicando a estatueta à mãe. Day-Lewis também
fez questão de tecer elogios ao diretor Steven Spielberg, o maior
perdedor da noite, cujo longa liderava as indicações (12 categorias),
mas só levou dois prêmios (ator e direção de arte).
Meritos: ultimo segundo
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