Há pouco mais de cem anos, dois grupos de exploradores partiram em uma
expedição com um objetivo comum: serem os primeiros a alcançar o Pólo
Sul na história da humanidade. Roald Amundsen, da Noruega, liderou o
grupo que chegou primeiro, a 14 de dezembro de 1911, abrindo os olhos da
comunidade científica para os mistérios da Antártida.
Muitos desses segredos, no entanto, continuam ocultos mesmo depois de um
século de pesquisas. O continente gelado influencia o resto do mundo
muito mais do que pensávamos, motivo pelo qual os cientistas encaram a
compreensão da Antártida como um grande desafio.
6 – O QUE ESTÁ OCULTO NO GELO
5 – O QUE EXISTE ABAIXO DA CAMADA SUPERFICIAL
Abaixo desta espessa camada, a Antártida esconde um segredo fantástico: a
Cordilheira de Gamburtsev. Exploradores soviéticos descobriram, nos
anos 50, uma cadeia de montanhas comparável ao tamanho dos Alpes, na
Europa, mas soterrada por gelo.
Ainda se discute a idade dessa cordilheira. Até pouco tempo, estimava-se
que teria quase um bilhão de anos, o que é impressionante do ponto de
vista geológico: quase nenhuma cadeia de montanhas dura tanto tempo
assim. Mas pesquisas recentes apontam que Gamburtsev seria mais jovem,
algo entre 100 e 200 bilhões de anos. De qualquer maneira, ainda há
muito o que se descobrir sobre a Cordilheira.
4 – LAGOS SUBGLACIAIS
Quando o calor proveniente do núcleo da Terra derrete a parte mais baixa
da camada de gelo da Antártida, criam-se fenômenos naturais
interessantes: grandes lagos subglaciais. Este ecossistema é quase
totalmente desconhecido da humanidade, e cientistas estimam que tais
lagos sejam abrigo de formas de vida nunca vistas antes.
Por esse motivo, duas estações de pesquisa (uma russa e outra
britânica), instaladas no meio do continente, preparam projetos para
coletar amostras da água desses lagos (Lagos Vostok e Ellsworth,
respectivamente), o que deve acontecer já no ano que vem.
3 – FORMAS DE VIDA NO GELO

2 – O MAR EM VOLTA DO CONTINENTE
A vida marinha que existe no oceano que circunda a Antártida é
totalmente diferente de qualquer outro mar do planeta. Alguns animais
que habitam essas águas (tais como certas espécies de aranha-do-mar, do
tamanho de um prato de cozinha) são encontrados apenas por lá, enquanto
animais comuns em todos os outros oceanos não marcam presença nos mares
antárticos.
Para sobreviver em águas de temperaturas tão baixas, o corpo de alguns
animais produz uma espécie de substância anticongelante. E esta é apenas
uma entre várias adaptações nos organismos existentes nestes mares, a
maioria dos quais os cientistas ainda não conhecem muito bem.
1 – ATÉ QUE PONTO O GELO ESTÁ DERRETENDO?
Não é mais novidade a quantidade de discussões entre especialistas
sobre o volume das calotas polares da Antártida, e se elas estão de fato
diminuindo. Essa questão tem recebido atenção especial há mais de vinte
anos.
Pesquisadores têm entrado em comum acordo quanto a um ponto: o
derretimento do gelo na Antártida afeta realmente o nível dos oceanos
pelo planeta. Um cientista americano, Robert Bindschadler, explica que
boa parte da base da superfície de gelo fica abaixo do nível do mar, ou
seja, nem tudo fica em “terra firme”. Isso torna as calotas polares
vulneráveis, segundo ele.
A interação entre a superfície de gelo e o oceano que o circunda tem
sido muito estudada pelos especialistas, que consideram muitos fatores
perigosos. O aumento do nível do mar é consequência direta do
enfraquecimento das geleiras, que depositam quantidades enormes de água
no mar. Se todo o gelo da porção ocidental da Antártida derretesse,
cientistas estimam que o nível do mar da Terra subiria em cerca de 5
metros.
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