Hoje pela manhã, a Eletrobras (BOV:ELET3) passou por duas situações
atípicas e opostas no cenário mercadológico. A primeira foi a divulgação
de um prejuízo cerca de R$10 bilhões somente no último trimestre de
2012, o que representou uma queda de 1.147% sobre o lucro de R$ 1,003
bilhão do terceiro trimestre. A segunda foi a significativa valorização
dos papéis da companhia, que após quase alcançarem a marca de 15%,
estabilizam-se com 9,92% de valorização, liderando as altas de hoje da
Bovespa.
O fenômeno se explica quando se tem uma visão mais aprofundada dos
acontecimentos: O prejuízo da estatal se atribui quase integralmente aos
efeitos da MP 579, de renovação das concessões de energia elétrica, no
plano do governo para reduzir as tarifas de energia. Já se esperava,
portanto, uma queda no orçamento por parte dos acionistas. Pedro Galdi,
analista-chefe da corretora SLW, compara as circunstâncias àquelas
vividas pela Vale nesse mesmo período, com a diferença de a Vale
anunciou, anteriormente, o reconhecimento da perda de ativos equivalente
a R$5 bilhões, causadora de prejuízos no 4T12.
Mesmo diante do déficit, as ações continuaram a subir nessa tarde de
quinta-feira. Para Galdi, “o programa de investimentos, a manutenção da
distribuição de dividendos e o PDV fizeram as ações da ELET3
apresentarem grande alta hoje”.
O plano de investimentos da companhia, que girará em torno de R$52,4
bilhões a serem aplicados até 2017 e financiará, entre outras coisas, a
expansão da geração em 13.000 MW e as linhas de transmissão em 19.400
quilômetros, deverá acarretar um bom índice de crescimento para a
Eletrobras. Além disso, a gestão da política de dividendos, que optou
por manter o pagamento aos acionistas, agradou muito ao mercado, que
respondeu de forma positiva.