quinta-feira, 14 de março de 2013

Mina de potássio Argentina e a Vale

O Ibovespa terminou a quarta-feira em baixa, na contramão das principais bolsas norte-americanas, que fecharam em alta, com o Dow Jones renovando mais uma vez a máxima histórica e subindo pelo nono dia consecutivo, pela primeira vez desde 1996. O índice S&P 500 também se aproxima do topo histórico de 1.576 pts, alcançado em outubro de 2007, operando a menos de 1% abaixo do mesmo.

Foram divulgados nos EUA as vendas no varejo, que aumentaram 1,1% em fevereiro, de acordo com dados do Departamento de Comércio, após alta de 0,2% em janeiro, ficando acima das expectativas do mercado. Excluindo automóveis, as vendas aumentaram 1,0% no mês passado, acima dos +0,4% de janeiro e do consenso de +0,5%. Já os estoques das empresas subiram 1% em janeiro, o maior ganho em mais de 18 meses, acima da alta de 0,3% de dezembro e do esperado de +0,5%.

No último dado disponível, a Bovespa teve entrada de capital externo de R$ 98,018 milhões no dia 11, acumulando saldo de R$ 7,873 bilhões no ano. As bolsas européias fecharam com sinais mistos, com os agentes divididos entre os dados favoráveis nos EUA e com o aumento das preocupações com a Itália, após o resultado abaixo do esperado do leilão de títulos hoje, o primeiro desde o rebaixamento da nota de crédito soberano pela agência de classificação de risco Fitch, que rebaixou o rating da Itália de A- para BBB+, com perspectiva negativa,
citando a falta de uma aliança majoritária no Parlamento após as eleições recentes. A Itália vendeu € 6,993 bilhões em títulos, sendo € 3,323 bilhões com vencimento em 2015 e yield médio de 2,48% (2,30% no leilão anterior); € 1,028 bilhão com vencimento em 2017 e yield médio de 2,95% (2,55% no leilão anterior); € 642 milhões com vencimento
em 2018 e yield médio de 3,03% (7,42% no leilão anterior) e
€ 2 bilhões com vencimento em 2028 e yield médio de 4,90%. No mercado secundário, os títulos soberanos de 10 anos continuam sendo negociados próximos dos 4,7%. O CAC, o DAX e o FTSE variaram -0,10%, +0,06% e -0,45%, respectivamente.

Os principais índices acionários asiáticos terminaram o dia em baixa, com os investidores preocupados com uma possível realização mais forte nos mercados após as recentes altas. No Japão, o Nikkei caiu 0,61% e o yen interrompeu a tendencia de baixa. O Shanghai Composite caiu novamente (-0,99%), com os agentes aguardando a divulgação dos dados do investimento estrangeiro direto no país hoje à noite.

As ações da Vale, entre as mais negociadas do índice, têm forte queda, repercutindo a notícia de que o governo da Argentina sinaliza que poderá expropriar ativos da mineradora no país. Os papéis ordinários (ON, com voto) perdiam 2,59% e os preferenciais série A (PNA, sem voto) caíam 2,42%.

Segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, o ministro do Planejamento argentino, Julio de Vido, afirmou hoje que “a segurança jurídica é um caminho de duas vias”, ao comentar sobre a possibilidade de cassar a concessão para a mineradora Vale para a exploração de potássio na província de Mendoza.

O ministro afirma que a Vale está descumprindo o contrato de concessão. “Os ativos que a Vale possui na Argentina são as reservas de potássio, contanto que as explore”, afirmou. E acrescentou que a empresa violou as leis da Argentina. “Se eu fosse investidor da Vale, estaria preocupado”, afirmou. jornais,bcb,bbi

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