Diante de questões cíclicas e estruturais a economia global deverá se expandir nos próximos anos a ritmo mais
lento do que o registrado na primeira década do século XXI. Ao mesmo tempo, o grau de competição nos
mercados globais de minérios e metais se elevou tendo em vista a resposta da oferta aos incentivos concedidos
pelos preços. Tais mudanças recomendam o foco na eficiência do capital em lugar de simplesmente voltarmos
nossas atenções para o crescimento com diversificação por geologia e geografia.
Tal posicionamento possui amplas implicações na forma de gerir o capital dos acionistas.
Em primeiro lugar, nossa prioridade se concentra em ativos de classe mundial, com grandes reservas, alta
qualidade, baixo custo operacional e capacidade de expansão.
A diversificação deixa de ser um objetivo em si mesmo. Vamos desenvolver nossosprojetos de minério de ferro,
que são baseados nas melhores e maiores reservas do mundo, e, em outros segmentos da indústria, somente
aqueles que apresentem alto potencial de geração de retornos muito acima do nosso custo de capital, como é
o caso de Moatize.
Nesse contexto se fez obrigatório o desinvestimento de ativos considerados não prioritários, cujo objetivo é
melhorar a alocação de capital, gerando fundos para financiar o desenvolvimento de ativos de classe mundial e
permitindo maior concentração das atenções no que é realmente importante para a criação de valor para os
acionistas. Em 2012, a venda de ativos chegou a US$ 1,5 bilhão.
A manutenção de ratings de crédito de grau elevado continua a ser uma prioridade estratégica e para isso é
muito importante a preservação de estrutura de capital com baixa alavancagem, e perfil de dívida de baixo
risco, com custo médio baixo e longo prazo médio para vencimento da dívida.
O ano de 2012 apresentou sérios desafios para a economia global, que num contexto permeado por incertezas
cresceu pelo segundo ano consecutivo à uma taxa abaixo de seu potencial de expansão no longo prazo. Uma
das implicações desse ambiente macroeconômico foi o declínio generalizado dos preços de minérios e metais,
com a exceção do ouro, cujas cotações têm comportamento influenciado por diferentes variáveis. Os preços do
minério de ferro tornaram-se muito mais voláteis, principalmente com forte oscilação de baixa no terceiro
trimestre do ano.
Nesse contexto adverso nosso desempenho financeiro foi consideravelmente afetado. Excluindo-se os efeitos
de itens não recorrentes e que não tem impacto sobre o caixa da empresa, o EBITDA foi de R$ 37,435 bilhões,
com redução de 33,5%, porém se constituindo no terceiro maior da história da Vale. Da mesma forma, o lucro
líquido, computado segundo o mesmo critério, foi de R$ 22,182 bilhões contra R$ 39,169 bilhões em 2011. Vale
a pena salientar que a performance financeira da Vale em 2011 foi a melhor desde sua fundação em 1942.
Distribuímos US$ 6,0 bilhões aos nossos acionistas sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio, no
que se constituiu a segunda maior distribuição da história da Vale e também a maior entre as companhias de
mineração no mundo em 2012. Em conformidade com nossa política, a companhia anunciou em janeiro
proposta da Diretoria Executiva ao Conselho de Administração de remuneração mínima ao acionista de US$ 4,0
bilhões em 2013, ainda um valor bastante expressivo.
Mesmo diante da redução do fluxo de caixa, além da distribuição aos acionistas financiamos US$ 17,7 bilhões
de despesas de capital e pesquisa e desenvolvimento (P&D), ao mesmo tempo em que mantivemos um balanço
sólido, com indicadores financeiros consistentes com o rating de crédito nível A.
O ramp-upde Moatize, Omã I& II e Bayóvar foi responsável por recordes de produção de carvão, pelotas e rocha
fosfática. A produção de minério de ferro no quarto trimestre do ano foi a maior para um quarto trimestre, 2
Relatório da
Administração
contribuindo para ampliar a exposição à forte recuperação de preços que ocorre desde meados de setembro de
2012.
Os embarques de minério de ferro e pelotas bateram recorde, alcançando 303,4 milhões de toneladas métricas
(Mt). Simultaneamente, nossa estratégia de marketing, que tem como um de seus fundamentos a utilização de
uma rede de distribuição global, está concorrendo para aumentar a captura de valor através de preços de
venda mais elevados.
Houve imenso progresso na obtenção de licenças, com a emissão de mais de 100. Isso é extremamente
relevante para a continuidade em bases normais de nossas operações no Brasil e para a execução de projetos,
como Carajás Serra Sul S11D. As licenças ambientais viabilizarão a expansão da produção e exportações de
minério de ferro da Vale a custos mais baixos e teores mais elevados, criando mais valor e fortalecendo sua
indiscutível liderança no mercado global.
S11D, cuja licença ambiental prévia foi concedida em junho de 2012, é a maior alavanca de crescimento de
nossa produção de minério de ferro. Sua capacidade nominal de produção será de 90 Mtpa, com custo
extremamente baixo e entrada em operação prevista para o segundo semestre de 2016.
Ao mesmo tempo, temos resolvido gradualmente algumas pendências fiscais, passo importante na medida em
que diminui incertezas e proporciona voltar o foco das atenções para a administração dos negócios da
companhia.
Dois novos projetos de cobre começaram a operar em 2012: Salobo e Lubambe.
Salobo, em Carajás, operação de cobre com ouro, é um ativo de classe mundial, com custo operacional situado
no primeiro quartil da curva de custos da indústria. Compreende duas plantas, Salobo I e Salobo II, cada uma
com capacidade para processar 12 Mtpa de run-of-mine, com capacidade nominal de 200.000 tpa de cobre em
concentrado e cerca de 320.000 onças de ouro por ano. Salobo I começou a operar em outubro de 2012, e
Salobo II, atualmente em construção, está previsto para o primeiro semestre de 2014.
Lubambe, desenvolvido através de uma joint venture, é a nossa primeira mina de cobre no coração do rico
cinturão de cobre africano, na Zâmbia, atualmente a área no mundo com maior potencial de expansão da
produção de cobre. É mina subterrânea, com capacidade de produzir 45.000 tpa de cobre em concentrado.
VNC, nosso projeto de níquel e cobalto na Nova Caledônia, está operando desde o quarto trimestre de 2012 e
tem dado provas de ser tecnicamente viável. A operação da segunda linha teve inicio em fevereiro em 2013 e
dentro de aproximadamente um mês teremos condições de avaliar sua viabilidade econômica.
A transação envolvendo a venda de 25% dos fluxos de produção de ouro, como subproduto, pela extensão da
vida da mina do Salobo e de Sudbury pelos próximos 20 anos gerará receita de US$ 1,9 bilhão em dinheiro nas
próximas semanas. Adicionalmente, receberemos warrants emitidos por nossa contraparte na transação
valorizados a US$ 100 milhões e US$ 400 por onça de ouro efetivamente entregue. Isto revela parte substancial
do valor de nossos ativos de metais básicos, porém ainda não precificado em nossas ações, e demonstra nosso
compromisso firme e capacidade de maximizar valor para o acionista de forma sustentável.
A disciplina na alocação do capital, fator chave no processo de criação de valor, se refletiu no corte dos gastos
com P&D: 12% relativamente a 2011 e de 35% contra o que havia sido orçado para 2012. Estamos orientando
as iniciativas de P&D para o investimento em oportunidades com potencial efetivo de remunerar de forma
expressiva os recursos alocados. No futuro teremos uma carteira de projetos menor, com elevados retornos
esperados, aproveitando a riqueza de nossos recursos minerais de alta qualidade e empregando a moderna
tecnologia como instrumento para a maximização de valor.
A inovação tecnológica está se mostrando cada vez mais importante para a competitividade na indústria de
mineração.
O projeto CORe foi implementado nas operações de Sudbury, no Canadá, compreendendo um processo de
produção mais simples, com custos mais baixos e maior recuperação de metal. 3
Relatório da
Administração
Neste ano, Long Harbour, no Canadá, iniciará operações, contendo novo conceito tecnológico para a produção
de níquel. Trata-se de planta integrada, com fundição e refino de níquel, o que implica em custo mais baixo,
maior eficiência e eliminação da emissão de SO2 e particulados.
O emprego da mineração sem caminhões no projeto Serra Sul S11D se constitui em outro salto tecnológico,
que concilia a redução de custos com a promoção da sustentabilidade.
Ao lado de maior eficiência na administração do capital de giro, estamos buscando a redução em bases
permanentes da estrutura de custos que viabilize a geração de valor ao longo dos ciclos.
Diversas medidas foram adotadas para minimizar a necessidade de capital de giro, com objetivo de liberar mais
recursos para financiar a execução de projetos e aumentar a eficiência da gestão de capital.
Iniciativas para reduzir a estrutura de custos de forma permanente estão sendo perseguidas ativamente, mas
será necessário algum tempo para que se observem mudanças materiais. Acreditamos firmemente que
estamos no caminho certo e alguns avanços já podem ser vistos como no comportamento de materiais e
serviços contratados, dois itens importantes do custo, que caíram R$ 455 milhões no 4T12 em relação ao
trimestre anterior.
Na Vale, a paixão pelas pessoas vem em primeiro lugar. Saúde e segurança são prioridades absolutas, assim
como a sustentabilidade e o apoio às comunidades onde operamos. A frequência de acidentes continua
seguindo tendência decrescente, mas continuaremos a buscar um ambiente cada vez mais seguro para os
nossos empregados. Em 2012, investimos US$ 1,0 bilhão em proteção e conservação ambiental e US$ 318
milhões em programas sociais destinados a melhorar a qualidade de vida e a criar oportunidades de
mobilidade social e econômica.
O DESEMPENHO FINANCEIRO EM 2012
A receita operacional da Vale alcançou R$ 90,953 bilhões, sendo 10,0% inferior ao recorde histórico obtido em
2011, porém foi a segunda maior da história da Vale.
Registramos recordes de embarques de minério de ferro e pelotas, que alcançaram 303,697 Mt, e de carvão, de
7,998 Mt, sendo 4,864 Mt de carvão metalúrgico e 3,134 Mt de carvão térmico.
As vendas de bulk materials – minério de ferro, pelotas, minério de manganês, ferro ligas, carvão metalúrgico e
térmico – representaram 71,8% da receita operacional total em 2012, parcela inferior aos 74,4% de 2011. A
participação de metais básicos na receita total diminuiu ligeiramente, passando de 16,0% para 15,3% em 2012.
A receita com as vendas de fertilizantes representaram 8,2% do total, participação mais elevada do que os 5,9%
do ano anterior. Os serviços de logística contribuíram com 3,5% e outros produtos com 1,2%.
As vendas para a Ásia atingiram 53,1% de nossas receitas operacionais, com a China isoladamente
representando 32,5% da receita total. A parcela das vendas para as Américas foi 26,3%, levemente superior aos
25,1% do ano anterior, enquanto a da Europa continuou em queda com 17,5% em 2012.
O lucro operacional, medido pelo EBIT, excluindo efeitos não recorrentes, foi de R$ 28,106 bilhões,
apresentando contração de 41,4% em relação ao nível recorde de 2011, de R$ 47,925 bilhões. A margem
operacional foi de 31,6%contra 48,5% no ano anterior.
O EBITDA, excluindo efeitos de itens não recorrentes e sem impacto sobre a caixa da empresa, foi de R$ 37,435
bilhões, e o lucro líquido computado sem a influência de tais efeitos atingiu R$ 22,182 bilhões.
Com a inclusão dos efeitos mencionados, o lucro líquido da Vale é de R$ 9,734 bilhões. Os efeitos considerados
são: (a) impairment de ativos, - R$ 8,211 bilhões; (b) perdas contábeis em vendas de ativos, - R$ 1,036 bilhão; (c)
imposto de renda diferido de impairments, + R$ 3,319 bilhões; (d) reversão de imposto de renda diferido, + R$
2,533 bilhões; (e) impairment de investimentos, - R$ 4,002 bilhões; (f) marcação a mercado de debêntures
participativas, -R$ 907 milhões; (g) perdas cambiais e monetárias, - R$ 4,144bilhões.4
Relatório da
Administração
Da mesma forma, o EBITDA de R$ 37,435 bilhões, atinge R$ 27,087 bilhões, após a contabilização de impairment
de ativos, - R$ 8,211 bilhões, perdas contábeis nas vendas de ativos, - R$ 1,036 bilhão, e da provisão para
pagamento de compensação financeira pela exploração de recursos minerais (CFEM), -R$ 1,100 bilhão.
Os impairments de ativos e investimentos, totalizando R$ 12,213 bilhões, já foram muito provavelmente
precificados pelos mercados nos preços das ações da Vale, reduzindo o valor de sua capitalização de mercado.
Constitui-se no reconhecimento em nossos livros contábeis do que já foi realizado pelo mercado de capitais.
Tratam-se, portanto, de eventos passados, que não afetam nossa performance no futuro.
lento do que o registrado na primeira década do século XXI. Ao mesmo tempo, o grau de competição nos
mercados globais de minérios e metais se elevou tendo em vista a resposta da oferta aos incentivos concedidos
pelos preços. Tais mudanças recomendam o foco na eficiência do capital em lugar de simplesmente voltarmos
nossas atenções para o crescimento com diversificação por geologia e geografia.
Tal posicionamento possui amplas implicações na forma de gerir o capital dos acionistas.
Em primeiro lugar, nossa prioridade se concentra em ativos de classe mundial, com grandes reservas, alta
qualidade, baixo custo operacional e capacidade de expansão.
A diversificação deixa de ser um objetivo em si mesmo. Vamos desenvolver nossosprojetos de minério de ferro,
que são baseados nas melhores e maiores reservas do mundo, e, em outros segmentos da indústria, somente
aqueles que apresentem alto potencial de geração de retornos muito acima do nosso custo de capital, como é
o caso de Moatize.
Nesse contexto se fez obrigatório o desinvestimento de ativos considerados não prioritários, cujo objetivo é
melhorar a alocação de capital, gerando fundos para financiar o desenvolvimento de ativos de classe mundial e
permitindo maior concentração das atenções no que é realmente importante para a criação de valor para os
acionistas. Em 2012, a venda de ativos chegou a US$ 1,5 bilhão.
A manutenção de ratings de crédito de grau elevado continua a ser uma prioridade estratégica e para isso é
muito importante a preservação de estrutura de capital com baixa alavancagem, e perfil de dívida de baixo
risco, com custo médio baixo e longo prazo médio para vencimento da dívida.
O ano de 2012 apresentou sérios desafios para a economia global, que num contexto permeado por incertezas
cresceu pelo segundo ano consecutivo à uma taxa abaixo de seu potencial de expansão no longo prazo. Uma
das implicações desse ambiente macroeconômico foi o declínio generalizado dos preços de minérios e metais,
com a exceção do ouro, cujas cotações têm comportamento influenciado por diferentes variáveis. Os preços do
minério de ferro tornaram-se muito mais voláteis, principalmente com forte oscilação de baixa no terceiro
trimestre do ano.
Nesse contexto adverso nosso desempenho financeiro foi consideravelmente afetado. Excluindo-se os efeitos
de itens não recorrentes e que não tem impacto sobre o caixa da empresa, o EBITDA foi de R$ 37,435 bilhões,
com redução de 33,5%, porém se constituindo no terceiro maior da história da Vale. Da mesma forma, o lucro
líquido, computado segundo o mesmo critério, foi de R$ 22,182 bilhões contra R$ 39,169 bilhões em 2011. Vale
a pena salientar que a performance financeira da Vale em 2011 foi a melhor desde sua fundação em 1942.
Distribuímos US$ 6,0 bilhões aos nossos acionistas sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio, no
que se constituiu a segunda maior distribuição da história da Vale e também a maior entre as companhias de
mineração no mundo em 2012. Em conformidade com nossa política, a companhia anunciou em janeiro
proposta da Diretoria Executiva ao Conselho de Administração de remuneração mínima ao acionista de US$ 4,0
bilhões em 2013, ainda um valor bastante expressivo.
Mesmo diante da redução do fluxo de caixa, além da distribuição aos acionistas financiamos US$ 17,7 bilhões
de despesas de capital e pesquisa e desenvolvimento (P&D), ao mesmo tempo em que mantivemos um balanço
sólido, com indicadores financeiros consistentes com o rating de crédito nível A.
O ramp-upde Moatize, Omã I& II e Bayóvar foi responsável por recordes de produção de carvão, pelotas e rocha
fosfática. A produção de minério de ferro no quarto trimestre do ano foi a maior para um quarto trimestre, 2
Relatório da
Administração
contribuindo para ampliar a exposição à forte recuperação de preços que ocorre desde meados de setembro de
2012.
Os embarques de minério de ferro e pelotas bateram recorde, alcançando 303,4 milhões de toneladas métricas
(Mt). Simultaneamente, nossa estratégia de marketing, que tem como um de seus fundamentos a utilização de
uma rede de distribuição global, está concorrendo para aumentar a captura de valor através de preços de
venda mais elevados.
Houve imenso progresso na obtenção de licenças, com a emissão de mais de 100. Isso é extremamente
relevante para a continuidade em bases normais de nossas operações no Brasil e para a execução de projetos,
como Carajás Serra Sul S11D. As licenças ambientais viabilizarão a expansão da produção e exportações de
minério de ferro da Vale a custos mais baixos e teores mais elevados, criando mais valor e fortalecendo sua
indiscutível liderança no mercado global.
S11D, cuja licença ambiental prévia foi concedida em junho de 2012, é a maior alavanca de crescimento de
nossa produção de minério de ferro. Sua capacidade nominal de produção será de 90 Mtpa, com custo
extremamente baixo e entrada em operação prevista para o segundo semestre de 2016.
Ao mesmo tempo, temos resolvido gradualmente algumas pendências fiscais, passo importante na medida em
que diminui incertezas e proporciona voltar o foco das atenções para a administração dos negócios da
companhia.
Dois novos projetos de cobre começaram a operar em 2012: Salobo e Lubambe.
Salobo, em Carajás, operação de cobre com ouro, é um ativo de classe mundial, com custo operacional situado
no primeiro quartil da curva de custos da indústria. Compreende duas plantas, Salobo I e Salobo II, cada uma
com capacidade para processar 12 Mtpa de run-of-mine, com capacidade nominal de 200.000 tpa de cobre em
concentrado e cerca de 320.000 onças de ouro por ano. Salobo I começou a operar em outubro de 2012, e
Salobo II, atualmente em construção, está previsto para o primeiro semestre de 2014.
Lubambe, desenvolvido através de uma joint venture, é a nossa primeira mina de cobre no coração do rico
cinturão de cobre africano, na Zâmbia, atualmente a área no mundo com maior potencial de expansão da
produção de cobre. É mina subterrânea, com capacidade de produzir 45.000 tpa de cobre em concentrado.
VNC, nosso projeto de níquel e cobalto na Nova Caledônia, está operando desde o quarto trimestre de 2012 e
tem dado provas de ser tecnicamente viável. A operação da segunda linha teve inicio em fevereiro em 2013 e
dentro de aproximadamente um mês teremos condições de avaliar sua viabilidade econômica.
A transação envolvendo a venda de 25% dos fluxos de produção de ouro, como subproduto, pela extensão da
vida da mina do Salobo e de Sudbury pelos próximos 20 anos gerará receita de US$ 1,9 bilhão em dinheiro nas
próximas semanas. Adicionalmente, receberemos warrants emitidos por nossa contraparte na transação
valorizados a US$ 100 milhões e US$ 400 por onça de ouro efetivamente entregue. Isto revela parte substancial
do valor de nossos ativos de metais básicos, porém ainda não precificado em nossas ações, e demonstra nosso
compromisso firme e capacidade de maximizar valor para o acionista de forma sustentável.
A disciplina na alocação do capital, fator chave no processo de criação de valor, se refletiu no corte dos gastos
com P&D: 12% relativamente a 2011 e de 35% contra o que havia sido orçado para 2012. Estamos orientando
as iniciativas de P&D para o investimento em oportunidades com potencial efetivo de remunerar de forma
expressiva os recursos alocados. No futuro teremos uma carteira de projetos menor, com elevados retornos
esperados, aproveitando a riqueza de nossos recursos minerais de alta qualidade e empregando a moderna
tecnologia como instrumento para a maximização de valor.
A inovação tecnológica está se mostrando cada vez mais importante para a competitividade na indústria de
mineração.
O projeto CORe foi implementado nas operações de Sudbury, no Canadá, compreendendo um processo de
produção mais simples, com custos mais baixos e maior recuperação de metal. 3
Relatório da
Administração
Neste ano, Long Harbour, no Canadá, iniciará operações, contendo novo conceito tecnológico para a produção
de níquel. Trata-se de planta integrada, com fundição e refino de níquel, o que implica em custo mais baixo,
maior eficiência e eliminação da emissão de SO2 e particulados.
O emprego da mineração sem caminhões no projeto Serra Sul S11D se constitui em outro salto tecnológico,
que concilia a redução de custos com a promoção da sustentabilidade.
Ao lado de maior eficiência na administração do capital de giro, estamos buscando a redução em bases
permanentes da estrutura de custos que viabilize a geração de valor ao longo dos ciclos.
Diversas medidas foram adotadas para minimizar a necessidade de capital de giro, com objetivo de liberar mais
recursos para financiar a execução de projetos e aumentar a eficiência da gestão de capital.
Iniciativas para reduzir a estrutura de custos de forma permanente estão sendo perseguidas ativamente, mas
será necessário algum tempo para que se observem mudanças materiais. Acreditamos firmemente que
estamos no caminho certo e alguns avanços já podem ser vistos como no comportamento de materiais e
serviços contratados, dois itens importantes do custo, que caíram R$ 455 milhões no 4T12 em relação ao
trimestre anterior.
Na Vale, a paixão pelas pessoas vem em primeiro lugar. Saúde e segurança são prioridades absolutas, assim
como a sustentabilidade e o apoio às comunidades onde operamos. A frequência de acidentes continua
seguindo tendência decrescente, mas continuaremos a buscar um ambiente cada vez mais seguro para os
nossos empregados. Em 2012, investimos US$ 1,0 bilhão em proteção e conservação ambiental e US$ 318
milhões em programas sociais destinados a melhorar a qualidade de vida e a criar oportunidades de
mobilidade social e econômica.
O DESEMPENHO FINANCEIRO EM 2012
A receita operacional da Vale alcançou R$ 90,953 bilhões, sendo 10,0% inferior ao recorde histórico obtido em
2011, porém foi a segunda maior da história da Vale.
Registramos recordes de embarques de minério de ferro e pelotas, que alcançaram 303,697 Mt, e de carvão, de
7,998 Mt, sendo 4,864 Mt de carvão metalúrgico e 3,134 Mt de carvão térmico.
As vendas de bulk materials – minério de ferro, pelotas, minério de manganês, ferro ligas, carvão metalúrgico e
térmico – representaram 71,8% da receita operacional total em 2012, parcela inferior aos 74,4% de 2011. A
participação de metais básicos na receita total diminuiu ligeiramente, passando de 16,0% para 15,3% em 2012.
A receita com as vendas de fertilizantes representaram 8,2% do total, participação mais elevada do que os 5,9%
do ano anterior. Os serviços de logística contribuíram com 3,5% e outros produtos com 1,2%.
As vendas para a Ásia atingiram 53,1% de nossas receitas operacionais, com a China isoladamente
representando 32,5% da receita total. A parcela das vendas para as Américas foi 26,3%, levemente superior aos
25,1% do ano anterior, enquanto a da Europa continuou em queda com 17,5% em 2012.
O lucro operacional, medido pelo EBIT, excluindo efeitos não recorrentes, foi de R$ 28,106 bilhões,
apresentando contração de 41,4% em relação ao nível recorde de 2011, de R$ 47,925 bilhões. A margem
operacional foi de 31,6%contra 48,5% no ano anterior.
O EBITDA, excluindo efeitos de itens não recorrentes e sem impacto sobre a caixa da empresa, foi de R$ 37,435
bilhões, e o lucro líquido computado sem a influência de tais efeitos atingiu R$ 22,182 bilhões.
Com a inclusão dos efeitos mencionados, o lucro líquido da Vale é de R$ 9,734 bilhões. Os efeitos considerados
são: (a) impairment de ativos, - R$ 8,211 bilhões; (b) perdas contábeis em vendas de ativos, - R$ 1,036 bilhão; (c)
imposto de renda diferido de impairments, + R$ 3,319 bilhões; (d) reversão de imposto de renda diferido, + R$
2,533 bilhões; (e) impairment de investimentos, - R$ 4,002 bilhões; (f) marcação a mercado de debêntures
participativas, -R$ 907 milhões; (g) perdas cambiais e monetárias, - R$ 4,144bilhões.4
Relatório da
Administração
Da mesma forma, o EBITDA de R$ 37,435 bilhões, atinge R$ 27,087 bilhões, após a contabilização de impairment
de ativos, - R$ 8,211 bilhões, perdas contábeis nas vendas de ativos, - R$ 1,036 bilhão, e da provisão para
pagamento de compensação financeira pela exploração de recursos minerais (CFEM), -R$ 1,100 bilhão.
Os impairments de ativos e investimentos, totalizando R$ 12,213 bilhões, já foram muito provavelmente
precificados pelos mercados nos preços das ações da Vale, reduzindo o valor de sua capitalização de mercado.
Constitui-se no reconhecimento em nossos livros contábeis do que já foi realizado pelo mercado de capitais.
Tratam-se, portanto, de eventos passados, que não afetam nossa performance no futuro.
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