quarta-feira, 6 de março de 2013

Decisão do Banco Central

    O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decide, na noite desta quarta-feira (6), se a taxa básica de juros, a Selic, será mantida a 7,25% ao ano — o menor patamar da história. O juro básico é utilizado como referência para o custo dos empréstimos aos consumidores e empresas.

    O nível de 7,25% deverá continuar em março, de acordo com os analistas consultados pela pesquisa Focus, do Banco Central, na última segunda-feira (4). Essa é também a expectativa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade).

    Porém, declarações recentes do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e também do ministro da Fazenda, Guido Mantega, apontam para uma possível revisão dos atuais 7,25% — o menor nível da história. Segundo essas autoridades, o governo está desconfortável com o nível atual dos reajustes dos preços e os juros continuam a ser o principal instrumento de combate à inflação.

    A atual taxa foi conquistada depois de uma sequência de dez cortes iniciada em agosto de 2011.

    Para mudar o juro básico, a autoridade monetária debate, durante duas reuniões, as condições da economia doméstica e a situação econômica do exterior. Esse foi o primeiro encontro do ano.

Entenda a Selic

    A taxa básica de juros é um instrumento do governo para segurar a oferta de crédito de bancos, financeiras e das próprias lojas, ou seja, para estimular ou frear o consumo e, assim, controlar o avanço natural dos preços.

    Quando a Selic sobe, o dinheiro fica mais caro e a população pega menos empréstimos — para comprar desde casas, carros e eletrodomésticos até contratar serviços, entre outros. Assim, a escalada da inflação diminui.

    Ela é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida.

    Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais. É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes.

    Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso, os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.

Câmbio não é instrumento para frear inflação

    As reduções da Selic provocaram uma queda nos juros cobrados pelos bancos aos consumidores e às empresas na hora de contratar empréstimos. Desde abril, as instituições financeiras vêm derrubando as taxas de operações de crédito como cheque especial, crédito consignado (descontado diretamente na folha de pagamento) e empréstimo para financiamento de veículos.

Copom

    A reunião do Copom é dividida em duas sessões. Na primeira, que ocorreu na última nesta terça-feira (5), os chefes de departamento do BC e o gerente-executivo de Relações com Investidores apresentaram análises sobre a inflação, nível de atividade econômica do País e evolução do mercado financeiro.

    Da segunda sessão, nessa quarta-feira (6), participam só o presidente e diretores do BC, todos com direito a voto, além do chefe do Depep (Departamento de Estudos e Pesquisas), sem voto.

    Os diretores de Política Monetária e de Política Econômica analisam as projeções para a inflação e fazem recomendações para a taxa de juros de curto prazo, em seguida todos os diretores se manifestam e apresentam eventuais propostas alternativas.

    Criado em junho de 1996, o Copom tem o objetivo de estabelecer as diretrizes de política monetária e de definir a taxa de juros, nos mesmos moldes do Fed (Federal Reserve, o BC americano).

Fonte: R7

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